Do fogo sentido, ao fogo que arde...
De costas para o rio...... do fogo sentido ao fogo que arde...
Era uma tarde quente de Agosto.
A viagem feita vezes sem conta iniciou-se monòtonamente igual a tantas outras. Só a música ambiente teimava em contrariar. Recordações borbulhavam na memória, como água fervente, em panela cheia, como dizia, o poeta, prontas a saltar. Afinal, eu tinha dado tanta importância àquelas canções. Tinham sido marcos de registo "adolescentemente" maravilhosos!
As recordações são assim, doces e amargas, desejadas e dolorosas, mas ninguém as evita e todos querem reviver aqueles momentos, ainda que só desenhadas na imaginação. É tudo muito fugaz, incompleto, ao mesmo tempo bom e tão distante...
Naquela tarde, aquelas músicas, saidas dum baú de oiro, que um bom amigo me havia oferecido, assinalavam a sua presença, por mim de forma tão receptiva, agora o Clube Italiano, depois Os Cinco de Roma, a minha querida Techa, o Eduardo Jaime e ainda o João Paulo.
Foi muito duma vez só. Relembrei um passado com mais de quarenta anos... Os sentidos reagiram com júbilo, mas impotentes perante a realidade. Mas depressa me recuperei. Afinal quem tem essas recordações tão fortes assim, só pode ser feliz! Eu vivi aqueles momentos belos adormecidos, há tanto tempo, e o que aconteceu, foi apenas que acordaram todos ao mesmo tempo! E eu fiquei aturdido, foi o que foi.E ràpidamente mudei de tática. Passei a deliciar-me com as memórias, numa recordação calma, doce, e acreditem, de felicidade!
Sùbitamente parei, na estrada, num alvoroço enorme, bombeiros e populares acudiam ao fogo que se aproximava.E eu não havia dado conta.Questionei-me se havia de continuar ou não. Decidi-me pela aventura! Assim mesmo!
Afinal naquela tarde quente de Agosto, aquelas memórias revividas em catadupa, não tinham sido já uma aventura? Prossegui o meu caminho e pela primeira vez tive oportunidade de vêr um "fogo" ao vivo na minha frente.
Majestoso, de beleza satânica e destruidora, rebusca no nosso interior uma secreta vontade de o admirar, aquela máquina brilhante de queimar tudo à sua frente, imponentemente diabólica! De repente um pardal aflito, tão aflito que se deixou apanhar, pois estava completamente descontrolado. Agarrei-o e meti-o no carro e saí dali a todo o vapor. Mais à frente sem o fogo por perto, soltei o pardal e com a vista acompanhei o seu voo até poder. E dei comigo a imaginar, o quanto foi importante aquele pardal, porque me despertou duma realidade terrível, o de "gostar" de vêr o fogo destruir... do seu espectáculo lindo e terrível!
Duma memória bela,duma adolescência emocionalmente rica e bem vivida, para um espectáculo dantesco! Não vou esquecer depressa o contraste do fogo sentido, ao fogo que arde. O primeiro rasgou e aqueceu-me o coração, e o segundo tudo destruiu à sua volta.
Que experiência, meu Deus, que experiência, naquela tarde quente de Agosto.
Agosto de 2003
Ricky
Era uma tarde quente de Agosto.
A viagem feita vezes sem conta iniciou-se monòtonamente igual a tantas outras. Só a música ambiente teimava em contrariar. Recordações borbulhavam na memória, como água fervente, em panela cheia, como dizia, o poeta, prontas a saltar. Afinal, eu tinha dado tanta importância àquelas canções. Tinham sido marcos de registo "adolescentemente" maravilhosos!
As recordações são assim, doces e amargas, desejadas e dolorosas, mas ninguém as evita e todos querem reviver aqueles momentos, ainda que só desenhadas na imaginação. É tudo muito fugaz, incompleto, ao mesmo tempo bom e tão distante...
Naquela tarde, aquelas músicas, saidas dum baú de oiro, que um bom amigo me havia oferecido, assinalavam a sua presença, por mim de forma tão receptiva, agora o Clube Italiano, depois Os Cinco de Roma, a minha querida Techa, o Eduardo Jaime e ainda o João Paulo.
Foi muito duma vez só. Relembrei um passado com mais de quarenta anos... Os sentidos reagiram com júbilo, mas impotentes perante a realidade. Mas depressa me recuperei. Afinal quem tem essas recordações tão fortes assim, só pode ser feliz! Eu vivi aqueles momentos belos adormecidos, há tanto tempo, e o que aconteceu, foi apenas que acordaram todos ao mesmo tempo! E eu fiquei aturdido, foi o que foi.E ràpidamente mudei de tática. Passei a deliciar-me com as memórias, numa recordação calma, doce, e acreditem, de felicidade!
Sùbitamente parei, na estrada, num alvoroço enorme, bombeiros e populares acudiam ao fogo que se aproximava.E eu não havia dado conta.Questionei-me se havia de continuar ou não. Decidi-me pela aventura! Assim mesmo!
Afinal naquela tarde quente de Agosto, aquelas memórias revividas em catadupa, não tinham sido já uma aventura? Prossegui o meu caminho e pela primeira vez tive oportunidade de vêr um "fogo" ao vivo na minha frente.
Majestoso, de beleza satânica e destruidora, rebusca no nosso interior uma secreta vontade de o admirar, aquela máquina brilhante de queimar tudo à sua frente, imponentemente diabólica! De repente um pardal aflito, tão aflito que se deixou apanhar, pois estava completamente descontrolado. Agarrei-o e meti-o no carro e saí dali a todo o vapor. Mais à frente sem o fogo por perto, soltei o pardal e com a vista acompanhei o seu voo até poder. E dei comigo a imaginar, o quanto foi importante aquele pardal, porque me despertou duma realidade terrível, o de "gostar" de vêr o fogo destruir... do seu espectáculo lindo e terrível!
Duma memória bela,duma adolescência emocionalmente rica e bem vivida, para um espectáculo dantesco! Não vou esquecer depressa o contraste do fogo sentido, ao fogo que arde. O primeiro rasgou e aqueceu-me o coração, e o segundo tudo destruiu à sua volta.
Que experiência, meu Deus, que experiência, naquela tarde quente de Agosto.
Agosto de 2003
Ricky
8 Comments:
Ola Ricky,
Parabens e felicidades para o teu blog !
Nos ja nos falamos a proposito de um outro rio, o Zambeze.
Um abraço.
Fernando
Obrigada Fernando, pela visita e pelos teus votos, um abraço, Ricky
Oi Rickyyy
Finalmente consigo deixar o meu post rs!
Fiquei feliz pela surpresa de encontrar o teu blog... passarei a vir sempre aqui para te ler!!!
Um beijinho e Muita Sorte!
Vanessa
ola ricky, meu afilhado, rsssssssssss
passei so para ver o andamento aqui do sitio. vai muito bem. estou a gostar.
abraço da leonoreta
Minhas queridas,
Este sítio só vale se tiver presenças interessadas, como são as vossas. Como agradecer? Escrevendo...
Bjinhos e obrigada,à madrinha e à miuda linda...
Ricky
Caro Ricky
Com muito agrado vim aqui "ver-te"! Já era teu "cliente" (sempre bem servido) na leitura do que ias deixando na Comunidade de Nampula. A partir de agora vou continuar a sê-lo aqui, ...mas não deixes de "postar" naquela nossa Comunidade! Força! Continua!
Um abraço
Makonde
Olá companheiro,
Pois, obrigada pelo teu comentário. Claro que não deixarei aquela comunidade que me recebeu tão bem, e onde já grangeei grandes amizades, que tanto me enriqueceram...
Um abraço do Ricky
quero mais...quero saber mais e quero ter mais para ler.
beijinhos
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