De costas para o rio...

Quero questionar-me, questionando-vos. Adoro a Paz real, aquela que brota sorrisos... Quero cantar sentimentos, desafiar os olhares do coração... Quero contar consigo, na parceria desta viagem... Por isso não quero ir para o mar, quero procurar as razões que dão amor... e, dele fazer um canto louco de alegria...

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Localização: Barreiro, Setubal, Portugal

sou alguém que é feliz...

domingo, maio 14, 2006

REFLEXÕES SOBRE DIGNIDADE PESSOAL


REFLEXÕES SOBRE DIGNIDADE PESSOAL
Introdução - Há muito que me vinha questionando, sobre a relação entre as pessoas, e sobretudo, pela "ousadia" da manutenção duma escravatura moderna, que através dos tempos se tem adaptado a certas circunstâncias, se tem "omitido", ou "refugiado", num nevoeiro provocado pelo desinteresse do homem pelas suas "coisas". O mesquinho costume do "deixa p'ra lá", isso não é nada comigo, ou se se quizer, da preguiça mental da análise do que nos impede de viver uma liberdade plena. Por isso compartilho convosco estas reflexões, sobretudo depois de ouvir também em reflexão, na ANTENA1, o Dr. Guilherme de Oliveira Martins, conhecido político e, orador estimado da UNESCO, para problemas sobre a dignidade humana e o D. Manuel Clemente , Bispo auxiliar de Lisboa, no seu programa de história no ECCLESIA, RTP2 às 5as feiras às 18.30. Feitas as apresentações dos que me deram "dicas" favoráveis para o meu tema, espero agradar-vos e sobretudo fazer-vos pensar.
I
Todos se lembrarão do "chumbo" da Constituição Europeia, da negação pura e simples daquela forma de espelhar uma "união" entre povos dum mesmo espaço, dum espaço com história, com uma civilização rica em acontecimentos, com mutações quase sempre favoráveis à dignidade humana. Recuperaremos esta situação no final da reflexão, e entretanto não a percam de vista...
D. Manuel Clemente lembrava à dias que o Papa Paulo III no séc. XVI, tinha emitido uma Bula, destinada aos conquistadores de então, os descobridores de novas terras, onde nos incluíamos. Dizia a Bula que os novos povos não poderiam ser despojados dos seus bens, nem da sua dignidade pessoal, em nenhuma circunstância, mesmo não sendo, ou não aceitando, a religião cristã! É óbvio que tal Bula se dirigia aos índios (da américa) ou aos povos da américa do sul... Fosse como fosse, ressalta aqui uma vontade absoluta da Igreja Católica em ressalvar a dignidade da pessoa humana, seguindo de perto o Evangelho de Jesus, Deus de Amor e igualdade. Evangelho, tantas vezes desvirtuado e alvitrado, e em nome do qual, se fizeram barbaridades incríveis, que ainda hoje cobrem de vergonha, páginas e páginas da história universal.
Será bom relembrar que no tempo de Jesus nem todos eram cidadãos, pessoas que, como se sabe, tinham previlégios próprios. Saul, mais tarde S.Paulo, era cidadão e por isso tinha previlégios importantíssimos, como por exemplo, poder ser, apenas, acusado em Roma, por juizes romanos. Mas, Jesus, tratou de igualar as pessoas, incluindo a mulher, que nada valia socialmente, dando-lhes a mesmíssima importância, libertando-os de tutelas indesejáveis, dando-lhes a dignidade, que nunca souberam bem o que era. Começava aqui os contornos do que poderia ser a dignidade da pessoa humana. Mas séculos depois, será que isso é um dado adquirido?
II
A resposta é NÃO! Temos tantas razões para descrer que estejamos perto sequer duma concretização. Passos positivos se dão, mas logo outros para trás, cortam o andamento. Guilherme de Oliveira Martins falava, a propósito dum tema parecido, que havia sido o seu na UNESCO, numa palestra, que a "responsabilidade pessoal" era muito importante. A responsabilidade pessoal, leva a que, a pessoa humana, não possa ficar indiferente ao que ao nosso lado acontece. Somos também responsáveis, quanto mais não seja por omissão. Estou de acordo claro, e acrescenta que, à carta de direitos humanos deveria ser acrescentada, uma outra de deveres humanos! Na segunda grande guerra, onde o ultraje ao humano atingiu valôres incalculáveis, que envergonham a humanidade, várias pessoas deram a sua vida pelas convicções do legado superior de DEUS, a VIDA, e sem dignidade pela pessoa humana, não há VIDA! Santa Teresa, que o meu querido Papa João Paulo II, conheceu em vida e santificou no seu Papado, foi uma judia filósofa que se converteu ao cristianismo e assumiu a sua condição no Convento das Carmelitas, proclamando a tese da dignidade pessoal em todas as circunstâncias. Morreu num campo de concentração para judeus, sem nunca ter vacilado um minuto sequer pelas suas convicções. O Concílio de Vaticano II, que tantos frutos já produziu, e continua a produzir, foi sempre muito ignorado por alguns "intelectóides" que proclamam um relativismo existencialista que eu não sei bem o que é... Mas a dignidade humana vende-se nesses conceitos, por abortos livres, ou se a vida fôr difícil ou penosa, caramba acaba-se com ela e pronto... Falta pouco para se olhar para os velhotes, que agora começam a ter mais idade, e se já não servem, nem para passear um qualquer trineto, não tem direito a viver, para quê? Gignidade humana? Onde? Conheço uma mulher que abortou, levada pelo facilitismo das circunstâncias políticas, ao redor dela no post aborto, não teve ninguém, dos anteriores facilitistas. Quando lhes pediu assistência ouviu, de forma bem clara: "-Menina, já fez o aborto agora siga a sua vida, tá?!" Teve de ser internada numa instituição da igreja católica, para assistência psiquiátrica. Porque ali, não se nega ninguém, a dignidade do ser humano é um factor de peso, se calhar o único! Na argumentação contra a igreja católica, entram sempre os pecados habituais, dos desvios deste ou daquele, dum qualquer sentido desviado da verdade dum código Da Vince qualquer. Verdade? História ou ficção? Que interessa isso, se complementa o desejo, pouco secreto, de se livrarem duma instituição atenta, que històricamente tem pugnado pela dignidade do ser humano. E, eivados do tal sentido de preguiça, nem sequer procuramos conhecer as razões da história, delegamos isso num qualquer vendilhão de feira, que procura explorar essa nossa preguiça mental...
III
Não é uma conclusão, porque está longe disso, mas apenas alinhado, para servir de mais reflexão. Voltemos então ao princípio. Lembram-se do Tratado Europeu? Pois, como não abordou, a raíz europeia, dos princípios cristãos, os Europeus não lhe debitaram razão para o aceitarem. Nem sequer era necessário citar muito a igreja católica, bastava enunciar os princípios... como na revolução francesa, ou no maio de 68... os princípios de Jesus Cristo estavam lá todos... e Ele não foi citado! Enquanto houver morte de fome de crianças, ou por falta de assistência, apenas pelo desinteresse humano, a tal carta dos deveres, a responsabilidade pessoal, claro que a dignidade da pessoa humana, não existe pura e simples. Enquanto houver tráfico de mulheres e homens, seja para a prostituição conhecida, seja para trabalho obrigatório, não haverá dignidade do ser humano... ELE bem disse como era, basta lêr o Evangelho. Claro que a sua aplicação é difícil... mas lá está a dignidade do ser humano em primeiro lugar, tendo como mandamento principal, amar o seu semelhante como a si próprio, e isso é amar a DEUS!

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá!
Fazem-me falta os teus e-mails!

Gosto de te ver tão fiel à nossa religião e de a assumires publicamente, Nosso Senhor também te vai reconhecer logo!

Não sei nada do tal chumbo da constituição europeia, nem mesmo sabia de nova constituição, podias explicar?

Abraços,
Lianor Plaverdura

2:04 da tarde  
Blogger LUIS MILHANO (Lumife) said...

Uma visita e uma saudação. Vou tentar pôr a leitura em ordem.
Um abraço.

7:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

obrigada Ricky por esta mensagem , igual a ti mesmo como sempre
mantem-te assim p favor

um bjo grande

Maria Paula

8:12 da tarde  
Blogger th said...

Ricky, precisava do teu mail correcto, pois o que tens aqui veio devolvido.
Manda para kuskas2@gmail.com
Abraço, theo

4:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá Henrique
Muitas vezes aki passo e fiko parada no tempo, lendo o que escreves. Hoje ouso escrever, pela primeira vez, para agradecer a tua reflexão e a mensagem nela contida.
Que a vida te sorria sempre.
Um abraço,bnp+

5:46 da tarde  
Blogger Mikas said...

Há coisas que dizes com as quais nao concordo, mas isso não é o mais importante, desde que haja respeito pelas opiniões de cada um. Desde já te desejo um resto de boa semana e boas entradas no fim de semana que se aproxima!

9:44 da tarde  
Blogger LUIS MILHANO (Lumife) said...

Gostei de te ver pelo meu blog .

Volta sempre.

Um abraço.

10:35 da tarde  
Blogger Manel do Montado said...

Amigo,
Pondo de lado o facto de que acredito fortemente, é este o adjectivo, em Jesus Cristo, não só porque há factos históricos que o mencionam mas porque já o senti noutras ocasiões, acredito no seu pai, nosso Deus, porque ele o mencionou na sua vida.
Quanto a acreditar da mesma forma na Igreja Católica Apostólica Romana, aí já o caso muda de figura. Poderia enumerar-te vários casos, a maioria mesmo, de párocos que vivem acima da média do cidadão comum e não repartem riqueza com os pobres da sua paróquia, dizendo-lhes (Eu ouvi) que somente têm para dar o conforto da palavra.
Jesus foi um homem que repartiu tudo o que tinha, vivia modestamente e nunca acumulou riqueza. Quanto ao estado Vaticano…os números falam por si.
Jamais confundirei a palavra de Jesus com aquelas que se proferem em seu nome, contei no meu blog que vi um capelão militar italiano negar-se a dar os últimos sacramentos a uma criança bósnia de quatro anos de idade, sendo-lhe levada pela mãe que adivinhava já o destino do filho. Negou-se porque a criança era muçulmana, aos quatro anos de idade. Achas que Jesus aprovaria este acto? Claro que não.
Quando referes a pontualidade de tais casos, esqueces-te meu amigo, que essas são as imagens exteriores da igreja. Porque vive Roma no fausto e os missionários na pobreza como eu vi, ninguém me contou?
Quanto ao aborto ou não, assim como outros casos, as senhoras beatas que são contra eram aquelas mesmas que iam a Badajoz na década de setenta e oitenta fazer abortos clandestinos…conheço-as e sei que é verdade.
A dignidade meu amigo não passa pela religião institucionalizada, porque essa tem pecados que Deus nunca perdoará…lembras-te? Não invocar o nome de Deus em vão?
A dignidade passa pelo respeito do próximo da mesma forma que queremos respeito para connosco.
Há muitos anos, muitos mesmo, quando fui à igreja da cidade com a minha tia e vi que nas filas da frente se sentavam os poderosos da terra, porque o Padre Vítor (Elvas) lhes reservava o lugar, mandando por até umas almofadinhas, ficaram apresentados. Na minha cabeça de criança a pergunta era simples:
- Então quem tem dinheiro é que está mais perto de Cristo (imagem) e quanto mais pobre cá mais para trás?
Fica bem.

6:48 da tarde  
Blogger Leonor said...

ola ricky.
de vez em quando apareço. esta vida de marinheiro...

dificil a observação feita no fim do texto. amr o semelhante como a si proprio. as vezes penso que nunca sairemos do estado animal.

abraço da leonoreta

9:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Amigo, olá!

Tenho passado por aqui poucas vezes e tenho pena porque delicia-me muito ler o que escreves. Este artigo acerca das "Reflexões sobre Dignidade Pessoal" põe-nos a reflectir sobre o conceito de dignidade humana e pretende interrogar-nos da perplexidade e dúvida que as questões religiosas envolvem na sua dinâmica de abertura ao mundo globalizado.
Falar de dignidade pessoal, é, sem dúvida, falarmos de dignidade humana, já que todos somos humanos. E dignidade humana é, por si só, o reconhecimento de um valor, é um princípio moral baseado na finalidade do ser humano e não na sua utilização como um meio. É um projecto de auto-realização que exige, da parte dos outros, reconhecimento, respeito, liberdade de acção e não instrumentalização da pessoa.

" Não te dei, ó Adão, nem rosto, nem lugar que te seja próprio, nem qualquer dom particular, para que teu rosto, teu lugar e teus dons, os desejes, os conquistes e sejas tu mesmos a possuí-los.
Encerra a natureza outras espécies e leis por mim estabelecidas.
Mas tu, que não conheces qualquer limite, só merecê do teu arbítrio, em cujas mãos te coloquei te defines a ti próprio. Coloquei-te no centro do mundo, para que melhor possas contemplar o que o mundo contém. Não te fiz nem celeste nem terrestre, nem mortal nem imortal, para que tu, livremente, tal como um bom pintor ou um hábil escultor, dês acabamento à forma que te é ptópria."
( Pico de la Mirandola)

Voltarei logo que possa, daqui de onde tudo já nada é como d'antes.
Um beijinho com votos de um bom domingo

3:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Very cool design! Useful information. Go on! »

7:00 da manhã  

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