De costas para o rio...

Quero questionar-me, questionando-vos. Adoro a Paz real, aquela que brota sorrisos... Quero cantar sentimentos, desafiar os olhares do coração... Quero contar consigo, na parceria desta viagem... Por isso não quero ir para o mar, quero procurar as razões que dão amor... e, dele fazer um canto louco de alegria...

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Localização: Barreiro, Setubal, Portugal

sou alguém que é feliz...

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Aventura nos céus da Inhaca...











Nas fotos o Rui Monteiro na 1ª foto à esq., eu a sair do Mooney junto ao clube, e uma parte da praia da Inhaca

Aventura nos céus da Inhaca...
Introdução
Antes de vos começar a contar esta memória, queria dedicá-la aos meus queridos colegas do Aeroclube de Moçambique, que já partiram: o meu saudoso e querido amigo Amílcar Motta (companheiro nesta aventura) meu Chefe de Divisão na Junta Autónoma de Estradas, e meu colega de direcção no Aeroclube, o presidente dessa direcção, o saudoso Pauleta, o vice Amaral, o gago mais famoso e ex-despachante oficial, o inspector Gonçalves Dias, sogro do Carlos Otão meu velho amigo da natação e ... outras aventuras... Gente boa que já nos deixaram. Com um abraço ao Mestre Rui Monteiro, na foto com outro amigo, de casaco e emblema do Desportivo de LM, grande piloto, talvez o maior de todos, grande perito em acrobacia e... que hoje ainda voa, apesar de ser mais velho que eu. Ao "comandante" Jorginho (Russell) e à Marilu, Diabinho, companheiros destas lides, mas também eles ligados aos aviõezitos... os tais tecos... tecos .. o da foto, não, era um Rolls Royce da época... e eu só o pilotava acompanhado...
O Cúmulo-nimbo
Da janela do nosso edíficio, na avenida de Moçambique, avistámos um cúmulo nimbo, "poisado" na Inhaca, muito carregado, bonito, com formas assustadoramente belas. Olhámos um para o outro, eu e o Motta e sem falar decidimos, vamos fotografá-lo. As máquinas estavam mesmo ali à mão e de carro, atravessando o Xipamanine, chegámos ao clube em dez minutos. Escolhemos um avião de asa alta, para podermos fotografar à vez, cada um levantando a asa do outro lado... Habilidades já costumeiras nos meninos dos tecos-tecos... É preciso explicar que aquelas nuvens se caracterizam, não só pelas suas côres escuras e claras, o tal cinzento chumbo, e o escuro carregado, mas também pelas suas correntes de ar fortíssimas, paralelas, ascendentes e descendentes, capazes de partir qualquer avião... Para além da carga electrica e constante trovoada. Claro que nós sabíamos, nem íamos para um desafio, nem para sermos heróis de coisíssima nenhuma. Íamos tirar, apenas, umas fotos mais de perto. Com o Tripacer ronceiro lá fomos a caminho daquele "passarão" enorme à entrada da baía de LMarques, junto à Xefina Grande. Estávamos quase a decidir fazer a reportagem, não penetrar mais naquelas redondezas, porque já sentíamos o desconforto do avião aos sobe e desce, quando de repente, sem que nos apercebêssemos de qualquer aviso, a avioneta subiu mais de duzentos pés num ápice! A nossa sorte foi que ao subirmos, fizémos uma oval de saída daquele lugar. Imediatamente acorremos ao motor que já assinalava a diferença de oxigénio, fizemos um mergulho para a altitude anterior, e só quando "ouvimos" o motor cantar como de costume, descansámos. Parecia-nos uma ária de Mozart, algo de maravilhoso, violinisticamente bem tocado... Mas, o problema não tinha acabado, aquele passarão deslocava-se ràpidamente e empurrava-nos para a cidade. Penso que o ronceiroso, nunca andou tão depressa, com aquela ajuda inesperada. A chuva começava acair e os controladores do aeroporto, já começavam a desesperar com os seus meninos ainda no ar. Fomos os últimos a aterrar, e lembro-me de termos tido necessidade de utilizar a pista maior, mas com ventos cruzados bem fortes. Por duas vezes fomos atirados para fora da pista mas o Motta conseguiu, numa "distracção" dos ventos, pôr o estojo no chão, baixar o nariz, e rumar contra o vento para o hangar do clube, a toda a potência para andar tão devagar... O Martins, o nosso mecânico, e de eleição, que ainda lá está, ajudou-nos a pôr o avião dentro de casa e fechar o hangar. Lá fora a chuva torrencial era tanta que a baixa de LM ficou inundada... Só pudemos ir para casa duas horas depois...
A Conclusão
Chegámos ao bar do clube e todos os que lá estavam abrigados da chuva, nos olharam de espanto. Estávamos lívidos, brancos como a cal... Aquela aventura não dava para contar, à pescador, ou à caçador, ou à ... aviador! Era por demais evidente que o susto nos tinha apanhado e de que maneira. Foi uma lição para não brincarmos com coisas muito sérias. Já lá vão uns anitos, mas ainda hoje me recorda, o medo que tive de não sabermos controlar o aparelho, após a subida inesperada e depois na aterragem... Penso que fizémos Inhaca - LMarques mais rápido de sempre...
A saudade...
Mas que falta me faz aquele aeroclube. Nunca mais tive a sensação de plena liberdade, sem sinais de trânsito (fora da área do aeroporto, claro...), sem stress's, sem... nada a chatear... liberdade absoluta, e um céu para admirar...

30 Comments:

Blogger Leonor said...

ola ricky.
como é bom ser a primeira a comentar mas nao perguntes porque...

é a sensação de estrear...
nao sei, mas tambem nao e isso que interessa agora.

o que interessa é dizer que espelhas muito bem na tua escrita aquela nostalgia africana.

abraço da leonoreta

10:13 da tarde  
Blogger Luisa Hingá said...

Africana e não só.... reflecte a nostalgia dos voos feitos nos teco tecos para imitações de pistas.
Ricky meu amigo gostei de ver o Comandante Monteiro. Tantas, mas tantas, vezes me encantou com aqueles loopings e outras acrobacias. Uma simpatia de pessoa.
Um abraço do CTA e mais um da despachante de operações e tráfego LH

2:05 da manhã  
Blogger Mikas said...

Oh seus... gandes malucos!

5:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá, Ricky!
É estremamente gratificante saborear estes momentos que nos relatas com tanta paixão e tanta alma!
São momentos que nunca devemos esquecer, porque eles fazem parte das coisas boas da vida e que devemos partilhar.
Um grande abraço, e vá aparecendo sempre!

7:10 da tarde  
Blogger Manel do Montado said...

Pois é Ricky…LM…

Ali para os lados da Xefina os alfaiates haviam de chamar-vos um petisco, mas ainda bem que tudo correu bem. Não há trovoadas como as de África e então na Namaacha quando caíam sobre os Montes Libombos?
Nunca pilotei um avião para mágoa minha, mas já dirigi algumas asas (pára-quedas), e foi na Beira que me apaixonei pelos saltos.
Bela história a evocar uma África que muitos não conheceram mas que se apressam a julgar quem lá viveu.
Agora diz lá que não marchavam umas laurentinas, 2M ou o que fosse com uns camarõezitos a acompanhar ali no Santa Maria?
Um abraço e continua, por favor, a relembrar-me duma terra que ainda amo como se fosse a minha.
Bom fim-de-semana.

4:19 da tarde  
Blogger A .Carlos said...

Olá Ricky
Felizmente que tudo não passou de um susto sem consequências, uma aventura que hoje recordas com saudade e que magnificamente pões em letras, para que nós nos deliciemos a ler.
:)
Abraço e bom fim de semana

6:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Momentos que ficaram para sempre em si. Bonita esta partilha de recordações e saudades. Beijinhos.

8:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Momentos que ficaram para sempre em si. Bonita esta partilha de recordações e saudades. Beijinhos.

8:52 da tarde  
Blogger Português desiludido said...

Ricky, a forma como "contas" as coisas transportam-nos para o "real". Continua pois fazes sempre falta a este "fenómeno" dos blogs.
1 Abr
Pedro

7:21 da tarde  
Blogger MRA said...

Bela estória...
Ouvir estórias, contar estórias, é disso que o mundo é feiro...memórias vivas...

Um abraço, obrigado por gostar das fotografias!

Até breve

2:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Como sempre mais uma bela recordação tua, mais uma saudade q partilhaste connosco.
Bjs

2:58 da tarde  
Blogger Thiago Forrest Gump said...

Chego perdi o fôlego.


Eu cá prefiro bicicleta. :D

2:35 da manhã  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Olá Ricky

Que bela aventura!

São estas aventuras que dão aquele "saborzinho" à vida.

E aqui partilhas essas recordações, com o saber "contar" único que te caracteriza.

(Obrigada pelas tuas palavras)

Um beijo grande

Bom feriado

9:51 da tarde  
Blogger Leonor said...

oi.
passei por aqui para ver as novidades...

bom fim de semana

abraço da leonoreta

10:19 da tarde  
Blogger Isabel Filipe said...

Oi Ricky...

passei para te desejar um bom fim de semana.

beijinho

11:51 da manhã  
Blogger Manel do Montado said...

Passei para te desejar um bom fim-de-semana companheiro.
Reli a história do teco-teco e lembrei-me uma vez que fui da Beira a Quelimane ou Ilhambane, já não me lembro bem, tinha para aí 9 anos, num táxia aéreo daqueles bimotoes e apanhámos porrada com uma trovoada.
Um abração

4:41 da tarde  
Blogger Manel do Montado said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

4:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Grandes aventuras viveste, Ricky, e também alguns perigos...Continua a descrevê-las desta forma apaixonada e assim podes vivê-los novamente!
Bjinhos

11:31 da manhã  
Blogger vero said...

Querido Ricky,

passei para te deixar um beijinho***

Bom Domingo!

:)))

5:51 da tarde  
Blogger Isabel Filipe said...

cadê um novo Post???

que é isso?....tás doente?
espero que não...

Beijinho

7:58 da tarde  
Blogger Cristina said...

Olá Ricky,
Ando sem tempo para visitar os amigos da blogosfera, deixo desde já do meu mundo para o teu, o desejo de um Feliz Natal na companhia de quem té é mais querido.
O desejo que este teu Natal seja festejado com muita harmonia, paz e muita alegria.
Um beijinhu com muito carinho :)

2:25 da manhã  
Blogger Manel do Montado said...

Companheiro,
O teu sol~encio incomoda-me e espero sinceramente que tudo esteja bem aí de costas para o rio.
Um abraço e diz qualquer coisa.
Maneli

9:05 da manhã  
Blogger Henrique Santos said...

Gente Boa e Amiga,
Em primeiro lugar os meus agradecimentos pela vossa bondade, pelas palavras amigas... Alguém acertou, estive de facto com uma "virose" nome pomposo que dão às gripes ligeiras(?!), aquelas que não das aves... apesar de ser benfiquista... mas, voltei ainda um pouco cambaleante mas voltei.
Nita4ever já para o Natal? Claro que te desejo também um feliz Natal. Abraços e bjinhos a todos,
Ricky

12:00 da tarde  
Blogger A .Carlos said...

Olá Ricky
Passei só para te desejar,
que a Quadra Natalicia que se avizinha, te traga toda a felicidade, na companhia de quem mais desejas
Abraço
:)

4:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um beijo com voo dentro para ti, Ricky!!, IO.

4:30 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Oi Amigo,

Eu queria... ter tempo para poder vir aqui sempre ler as tuas memórias. Vou passando sempre que puder.

Um beijo


A Adolescente Irreverente

12:34 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Aí vai aço...

7:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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12:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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7:35 da manhã  
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2:29 da tarde  

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